O governador de São Paulo, João Doria, afirmou na tarde de hoje que estados e municípios têm prioridade para adquirir o lote de 54 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com Instituto Butantan.
"Caso o Ministério da Saúde não confirme a compra das 54 milhões de doses adicionais da vacina do Butantan, determinei ao Instituto que forneça estas vacinas prioritariamente aos Estados e Municípios do Brasil. O País tem pressa em salvar vidas. E nós em vacinarmos os brasileiros", escreveu ele nas redes sociais.
Mais cedo, o Instituto Butantan disse que esperava "o quanto antes" uma resposta do Ministério da Saúde sobre o interesse na compra do lote adicional da vacina, e afirmou não ser possível se limitar "à frieza da burocracia" em meio a uma pandemia.
O comunicado foi uma resposta à nota divulgada pelo ministério na noite de quarta, afirmando que tem exclusividade contratual na compra de doses da CoronaVac importadas e produzidas pelo Butantan e prazo até 30 de maio para manifestar interesse no lote adicional.
A nota do ministério, por sua vez, foi uma reação à declaração do presidente do Butantan, Dimas Covas, também na quarta, de que, se o ministério não manifestar interesse no lote adicional até o final desta semana, o instituto direcionará sua produção para a venda a países vizinhos.
"O Instituto Butantan informa que enviou, por meio de sua entidade de apoio —Fundação Butantan—, ofício ao Ministério da Saúde para que possa planejar logisticamente a sua produção com a devida antecedência. Durante a urgência de uma pandemia, não é possível se limitar à frieza da burocracia enquanto as ações de combate ao coronavírus podem ser mais ágeis", disse o Butantan.
O contrato com o ministério prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac à pasta até abril e uma opção para aquisição de mais 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões.
"O Instituto espera que o Ministério se manifeste o quanto antes mantendo o seu compromisso de aquisição de 100 milhões de doses. A prioridade do Butantan é e sempre foi atender à demanda brasileira pela vacina contra o novo coronavírus", diz a nota.
Sobre a possibilidade de venda de doses da CoronaVac a outros países, o instituto afirmou que tem capacidade de produção de 40 milhões de doses extras para o mercado latino-americano.